segunda-feira, 4 de junho de 2012

O Melhor Post do Mundo

Este post era para ser candidato ao Melhor post do Mundo, da Limetree. Mas como a aplicação do facebook não dava para mostrar imagens, deixou de ser. Porque sem imagens não tinha graça. E porque de repente percebi que andam 1000 almas empenhadas em conquistar votos a todo o custo e nestas coisas, como nos saldos e nas feiras, prefiro sempre desviar-me das confusões. Perco a paciência para estar no meio da molhada a tentar apanhar os chapéus que atiram do avião para a praia, e vou mas é dar um granda mergulho  :-) Não deu para ir a NY, mas deu para abrir um blog. Aqui estamos, então. Aqui está o primeiro passou-se isto, assim, assim.

Em pleno estado de graça, entre a Matemática de um (naturalmente com aquele tom calmo e incentivador que caracteriza a voz de uma mãe que ensina um filho ao fim do dia), a fada dos dentes da outra ("A fada dá mais euros quando os dentes saem com sangue agarrado, não é, mãe?") e os pontapés na barriga do que ainda está cá dentro ("Oooh, que amor a barriga, está quase a nascer não é? Não, ainda faltam quatro meses, mas obrigadinha na mesma, fiquei radiante com o elogio!"), esperava-se que eu tivesse uma inspiração imbatível para escrever sobre a maternidade. 

Desconfio que os meus neurónios enjoaram, e estão a Nausefe noutro cérebro qualquer. Emigraram. Desistiram de contribuir para o turbilhão de idéias parvas que me assalta a cada minuto livre, fora do pi-erre-ao-quadrado, do saquinho do dente transformado em um euro e meio, do ferro e do ácido fólico, da mania de continuar a achar muita graça ao Nuno, de Deus, da família, dos amigos... ah, e da Arquitectura, mero pormenor que ocupa a maior parte dos meus dias.

Misturou-se o sonho de voltar a Nova Iorque com o pai das crianças (já vos disse quem é, para que não pensem que eu também pergunto "mas quem será, mas quem será?") com o movimento migratório dos neurónios e a parvoíce que tem marcado estes meses de pura alegria. Tudo isto com pouco tempo, porque não há nenhuma mãe que tenha tempo. Mesmo as que têm, nunca têm.

Cheia de energia, tentei escrever um melhor post do mundo sobre fraldas, biberons ou peles atópicas. Sobre percentis, perímetro cefálico, crises respiratórias, aerossóis ou cremes protectores. Que fácil,  há tantos temas em que todas as mães são entendidas! Podia escrever sobre como o pós-parto é pré-histórico, ou contar como a maternidade é a forma mais rápida de transformar choros em gargalhadas. E vice-versa. Estudar com os filhos, ouvir os filhos com paciência e sensatez, ter sempre a palavra certa, saber quando devemos falar ou ficar caladas... podia ser, mas agora não tenho aqui o Spock. Talvez contar umas gracinhas das minhas crianças, porque como boa mãe que sou, devo acreditar que as minhas crianças têm graças muito diferentes e originais com as quais vale sempre a pena bombardear o mundo! Hiperactividade! Não tenho nenhum hiperactivo mas podia ter, e num mundo perfeito onde as pessoas têm neurónios, podia ter qualquer coisa muito interessante para dizer, quem sabe até em Nova Iorque! 

Tentei, mas tudo em vão. Nesta fase prendo-me sempre ao maior disparate. Hoje prendi-me a isto: o melhor post do mundo, o melhor post do mundo, o melhor post do mundo.

Peço desculpa a todos os que se estão a esforçar para ganhar este concurso, sobretudo aos que o fazem com rigor, seriedade e neurónios fiáveis. Isto é tudo muito bonito, saber escrever é um dom, a maternidade é um tema muito nobre, mas...